Depressão Infantil: Compreender e Apoiar os Mais Pequenos
1/20/20253 min read
O que é a depressão infantil?
A depressão infantil é uma perturbação do humor que pode causar impacto profundo na vida de crianças e adolescentes. Mais do que uma tristeza passageira, esta perturbação envolve alterações persistentes no comportamento, nas emoções e até na saúde física.
Enquanto a depressão em adultos pode ser mais facilmente identificada, em crianças os sinais podem ser menos evidentes. Muitas vezes, elas não conseguem expressar os seus sentimentos verbalmente, tornando essencial a atenção aos comportamentos e atitudes.
Sintomas: o que observar?
Os sintomas da depressão infantil podem variar amplamente entre as crianças, refletindo a complexidade e a heterogeneidade desta condição. Ao contrário da depressão em adultos, cujos critérios diagnósticos são mais bem estabelecidos e padronizados, as manifestações em crianças tendem a ser menos evidentes ou diferenciadas, exigindo uma análise atenta dos sinais comportamentais e emocionais. Entre os sintomas mais comuns encontram-se alterações nos padrões alimentares e de sono, com episódios de aumento ou redução significativa do apetite e dificuldades em iniciar ou manter o sono. A irritabilidade surge frequentemente como uma característica predominante, substituindo a tristeza habitual que é frequentemente associada à depressão nos adultos. Além disso, observa-se frequentemente a perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente valorizadas, acompanhada de um afastamento social, onde a criança tende a isolar-se de amigos e familiares. Queixas somáticas, como dores de cabeça ou dores abdominais recorrentes sem uma causa médica aparente, também são frequentes. Outro sinal importante é a perda funcional, manifestada pelo impacto no desempenho escolar e na capacidade de realizar tarefas quotidianas. Estas manifestações, que podem ser bastante distintas das observadas na depressão adulta, reforçam a necessidade de uma abordagem individualizada e de uma avaliação clínica abrangente para identificar alterações no comportamento e no funcionamento emocional da criança de forma precoce e precisa.
O papel da família e da escola
O ambiente familiar e escolar, desempenham um papel crucial na identificação e no apoio à criança com depressão. Aqui estão algumas estratégias que podem fazer a diferença:
1. Criar um ambiente acolhedor
Proporcionar um espaço seguro onde a criança se sinta à vontade para partilhar os seus sentimentos é essencial. Ouça sem julgamentos, valide as emoções e mostre empatia.
2. Incentivar atividades físicas e sociais
A prática de exercício físico, momentos de lazer em família e interações com amigos ajudam a aliviar os sintomas de depressão.
3. Manter uma rotina saudável
Estabelecer horários regulares para as refeições, o sono e as atividades diárias pode trazer estabilidade e conforto à criança.
4. Colaborar com a escola
Professores e educadores devem ser informados da situação para que possam adaptar o ambiente escolar às necessidades da criança, garantindo apoio emocional e académico.
Quando procurar ajuda profissional?
Caso os sintomas persistam ou se agravem, é imprescindível consultar um psicólogo ou psiquiatra infantil. Estes profissionais estão capacitados para realizar uma avaliação detalhada e sugerir intervenções eficazes.
As terapias psicológicas, como a terapia Cognitivo-Comportamental, têm mostrado excelentes resultados no tratamento da depressão infantil. Em alguns casos, pode ser necessária a combinação com medicação, sempre sob supervisão médica.
Uma mensagem de esperança
Apesar de ser uma condição séria, a depressão infantil pode ser tratada. Com o apoio adequado, incluindo intervenção profissional e um ambiente familiar solidário, a criança pode superar esta fase difícil e alcançar um desenvolvimento saudável.
Se conhece alguma criança que apresente sinais de depressão, não hesite em procurar ajuda. Afinal, cuidar da saúde mental desde cedo é fundamental para garantir um futuro mais feliz e equilibrado.

